Receber o diagnóstico de rizartrose assusta muita gente. A dor na base do polegar atrapalha coisas simples, como abrir potes, segurar o celular ou pegar peso na academia.
Surge o medo de piorar o problema e a dúvida se quem tem rizartrose pode fazer musculação com segurança.
Interromper toda atividade física costuma trazer outros prejuízos, como fraqueza, perda de massa muscular e piora do humor.
Por outro lado, treinar do mesmo jeito de antes, ignorando a dor no polegar, aumenta o risco de inflamação e mais desconforto. O ideal é buscar um meio termo, com treino adaptado e bem planejado.
Com alguns ajustes, muitas pessoas conseguem manter a musculação na rotina mesmo com rizartrose.
O foco deixa de ser levantar grandes cargas e passa a ser proteger a articulação, fortalecer o corpo inteiro e cuidar da saúde geral.
O polegar merece atenção especial, mas não precisa ser um motivo para abandonar a academia.
O que é rizartrose e por que dói tanto no polegar
A rizartrose é um tipo de artrose que atinge a base do polegar, entre um osso do punho e o primeiro osso do dedo. Nessa região existe uma cartilagem que funciona como “almofada” para o movimento.
Quando essa cartilagem desgasta, o atrito entre os ossos aumenta e surge dor, estalos, fraqueza e, em alguns casos, deformidade.
Atividades que envolvem movimentos de pinça pioram muito o incômodo. Segurar talheres, escrever, torcer panos, abrir tampas duras e segurar barras de musculação exigem bastante do polegar.
Em dias frios ou após esforço repetitivo, a dor tende a ficar mais intensa e a mão fica sensível.
Quem tem rizartrose pode fazer musculação?
Segundo orientação de um médico reconhecido por seus tratamentos para rizartrose em Goiânia, na maioria dos casos, quem tem rizartrose pode fazer musculação, desde que o treino seja adaptado.
O objetivo não é “forçar para ver se melhora”, e sim fortalecer sem agredir a articulação. Treinos bem montados ajudam a manter a força, proteger a mão e melhorar o bem-estar geral.
Quando a dor é muito forte, quando o polegar está muito deformado ou quando o diagnóstico é recente, o ideal é ter avaliação médica antes de mexer no treino.
O profissional pode indicar exames, medicações, órteses e fisioterapia. Com essas orientações, o educador físico ajusta os exercícios de forma mais segura.
Cuidados básicos para treinar com rizartrose
Um ponto fundamental é respeitar a dor. Desconforto leve e controlado pode ser aceitável em alguns exercícios.
Dor forte, pontada que obriga a parar o movimento ou piora intensa depois do treino são sinais de alerta. Nessas situações, o exercício precisa ser modificado ou suspenso.
Outro cuidado é evitar movimentos que exigem grande força de pegada, principalmente com barras grossas e halteres pesados.
A articulação da base do polegar participa muito desse tipo de movimento. Quando ela já está desgastada, a carga precisa ser revista com calma.
Ajustes na pegada e nos aparelhos
Algumas mudanças simples no jeito de treinar ajudam bastante. Em vez de barras lisas e difíceis de segurar, podem entrar aparelhos com alças, puxadores com tiras e opções que distribuem melhor o peso pela mão.
Em determinados casos, o uso de munhequeiras ou órteses indicadas pelo médico traz mais estabilidade e conforto.
Outra possibilidade é diminuir o tempo de contração da mão. Séries mais curtas, com pausas um pouco maiores, reduzem a fadiga da articulação.
O foco fica na técnica correta, no movimento controlado e na respiração, e não em segurar o peso até o limite da exaustão.
Exercícios que costumam ser mais confortáveis
Cada pessoa reage de um jeito, mas alguns tipos de exercícios costumam ser mais bem tolerados por quem tem rizartrose.
Aparelhos para pernas, como leg press, extensora e flexora, geralmente incomodam pouco o polegar, pois a mão apenas apoia, sem tanta força de pinça.
Para membros superiores, aparelhos guiados de puxada e empurrão podem ser mais suaves do que halteres livres.
Puxadas em polia com alças, supino em máquina e remadas com pegada neutra, por exemplo, costumam distribuir melhor a força e reduzir o esforço direto na base do polegar.
Fortalecimento da mão e do antebraço
Em alguns casos, o médico ou o fisioterapeuta orienta exercícios específicos para a mão e o antebraço. Esses movimentos usam elásticos leves, bolinhas e pequenos aparelhos para trabalhar musculatura de apoio.
O objetivo é melhorar a estabilidade da articulação e o controle da força, o que favorece muito o treino na academia.
Mesmo que esses exercícios pareçam simples, a orientação profissional é muito importante. A carga errada ou o movimento feito de qualquer jeito pode piorar a irritação da articulação.
Quando bem feitos, servem como complemento para a musculação e para as atividades do dia a dia.
Quando é melhor ajustar ou pausar o treino
Alguns sinais mostram que a musculação não está ajudando e precisa ser revista. Dor intensa que permanece por vários dias, inchaço evidente na base do polegar, perda de força importante na mão e dificuldade nova para tarefas simples indicam que algo não vai bem.
Nesses casos, vale reduzir ou pausar os exercícios que usam a mão e conversar com o médico.
Outro ponto importante é a frequência das crises. Se toda vez que a pessoa treina com mais carga o polegar piora, isso mostra que o limite está sendo ultrapassado.
Com ajuste de volume, de carga e de tipo de aparelho, costuma ser possível encontrar um meio termo em que o corpo se mantém ativo sem castigar a articulação.
Como organizar o treino com mais segurança
Uma boa estratégia é montar o treino pensando primeiro nos grupos musculares que não sobrecarregam tanto as mãos, como pernas, glúteos e abdômen.
Depois entram exercícios de peito, costas e ombros com aparelhos mais confortáveis e cargas moderadas. A progressão pode ser lenta, com aumentos pequenos de peso.
Também ajuda registrar os exercícios que mais incomodam e os que ficam “tranquilos” para o polegar. Esse registro simples, anotado em um caderno ou no celular, serve de guia para o educador físico ajustar o plano de treino.
Com o tempo, a pessoa aprende a reconhecer rapidamente o que vale a pena manter e o que precisa de adaptação.
No fim, quem tem rizartrose pode fazer musculação em muitos casos, desde que o treino seja individualizado, com atenção ao polegar e ao corpo inteiro.
Movimento bem orientado protege, fortalece e ajuda na qualidade de vida. Já o excesso de carga e a insistência na dor costumam cobrar um preço alto, tanto na academia quanto nas tarefas simples do dia a dia.
